Divulgada a Carta da ARI no final do FIMA: “Em defesa do Pampa”

Ao final dos trabalhos do 13º Fórum Internacional do Meio Ambiente – FIMA, o 2º Vice-Presidente Leandro Olegário, acompanhado pelo presidente José Nunes e demais diretores presentes,  leu a Carta do 13º FIMA. A Carta traz avalia o evento, faz apelo aos administradores públicos que as decisões sejam realizadas com base na ciência e propõe a criação de um ‘lugar’ aonde possam os contrários, os diferentes, conversarem sobre a conservação do Bioma Pampa. Não se trata de documento com o que foi aventado nos diferentes painéis durante os dois dias de evento.

A entidade apela às autoridades federais, estaduais e dos municípios, as comunidades, todos geograficamente envolvidos, “para que sigam as orientações dos pesquisadores e  ambientalistas sem inviabilizar atividades essenciais para o bem estar dos povos da região“. E também defende que “o Poder Público, em todas as esferas,  trabalhe proativamente para manter a integridade do Bioma Pampa, promova a pecuária extensiva, preferencialmente orgânica, ouvindo a sociedade civil, que é partícipe essencial para  qualquer transformação social que promova o bem-estar coletivo em bases ecológicas e, por isto, permanentes”.

A ARI também propõe ainda “a criação de um Fórum permanente de defesa e apoio ao campo, para preservar o modo de vida, os usos e costumes. Uma grande construção para o Pampa ser percebido corretamente pela sociedade civil, sendo um modo de defesa coletiva e cobrança de política públicas para o Bioma”.

Veja a íntegra:

Carta do 13º FIMA:
EM DEFESA DO BIOMA PAMPA

Ameaçado pela supressão da vegetação nativa,  monoculturas, pelo uso de agrotóxicos e pela mudança climática,  o Bioma Pampa precisa cada vez mais de defensores, de atenção e de visibilidade. Por isso a Associação Riograndense de Imprensa — ARI, no ano em que completa 90 anos e em cumprimento à sua vocação de promover debates democráticos e humanitários de interesse da sociedade gaúcha e brasileira, escolheu o Bioma Pampa como tema central do seu 13º Fórum Internacional do Meio Ambiente, realizado nesta semana no auditório do Memorial da Assembleia Legislativa do Estado, no Centro da Capital.

Durante dois dias, pesquisadores, técnicos, ONGs, empresários, políticos, jornalistas, representantes de instituições públicas e interessados  debateram alternativas para salvar, proteger e conservar o espaço geográfico e a riqueza  biológica do único Bioma que no Brasil está apenas no território gaúcho, estendendo-se pelo Uruguai e a Argentina.

Nos dois dias de debates, os palestrantes reafirmaram a urgência de políticas públicas efetivas e ações ambientalmente sustentáveis que conciliem atividades econômicas com  a produção de alimentos no Bioma.

Considerando a importância econômica e cultural do Bioma para o Estado, assim como sua essencialidade para o equilíbrio ambiental, a Associação Riograndense de Imprensa apela às autoridades federais, estaduais e dos municípios, as comunidades, todos geograficamente envolvidos, para que sigam as orientações dos pesquisadores e  ambientalistas sem inviabilizar atividades essenciais para o bem estar dos povos da região.

Como escreveu o poeta Jayme Caetano Braun – o Pampa é uma bandeira da identidade continental: “Pampa – matambre esverdeado/ dos costilhares do prata/ que se agranda e se dilata/ de horizontes estanqueados,/ couro recém pelechado/ que tem pátria nas raízes/ aos teus bárbaros matizes,/ os tauras e campeadores/ misturam sangue as cores/ pra desenhar três países/”.

Defendemos que o Poder Público, em todas as esferas,  trabalhe proativamente para manter a integridade do Bioma Pampa, promova a pecuária extensiva, preferencialmente orgânica, ouvindo a sociedade civil, que é partícipe essencial para  qualquer transformação social que promova o bem-estar coletivo em bases ecológicas e, por isto, permanentes.

A ARI propõe ainda a criação de um Fórum permanente de defesa e apoio ao campo, para preservar o modo de vida, os usos e costumes. Uma grande construção para o Pampa ser percebido corretamente pela sociedade civil, sendo um modo de defesa coletiva e cobrança de política públicas para o Bioma.

Pensem todos e ajam para salvar o Pampa.

Associação Riograndense de Imprensa
Março de 2025

Crédito da foto: Mariana Czamanski