O compromisso da Imprensa com a credibilidade
O transcurso do Dia da Imprensa em 1º de junho enseja inúmeras abordagens sobre o ofício do jornalismo para marcar a data comemorativa definida pela Lei 9.831/99, assinada no Palácio do Planalto em 13 de setembro daquele ano. A homenagem ao jornal Correio Braziliense, surgido em junho de 1808 por iniciativa de Hipólito José da Costa Pereira Furtado de Mendonça, substituiu ao registro tradicional, feito a cada 10 de setembro, à Gazeta do Rio de Janeiro. Data também de 1808 o aparecimento desta folha editada por frei Tibúrcio José da Rocha.
Não é precedência no tempo histórico que motivou a campanha nacional pela mudança, surgida no Rio Grande Sul e liderada pela Associação Riograndense de Imprensa. Enquanto o jornal do atual Patrono da Imprensa no Brasil e, ainda, da cadeira 17 de Associação Brasileira de Letras, era impresso em Londres, aportava no Brasil na semi-clandestinidade e revelava-se crítico e libertário, a outra publicação é apresentada pela Biblioteca Nacional como periódico “basicamente voltado para divulgação de comunicados do governo e informes sobre a política internacional”.
Algumas das importantes discussões em aberto são as transformações tecnológicas viabilizando novas plataformas midiáticas, a mudança nos hábitos de consumo da informação, os desafios à formação de profissionais com capacidade de transitar adequadamente em tais cenários, as ameaças e agressões a jornalistas e as mudanças em curso nos empreendimentos de comunicação.
O Conselho Deliberativo e a Diretoria Executiva da ARI optaram, no entanto, por ir à essência da prática profissional na definição da presente mensagem alusiva ao Dia da Imprensa. Os temas elencados anteriormente são importantes, porém estão todos condicionados à preservação do bem maior do jornalismo que é a credibilidade. Sem ela, notícias falsas assumem foros de verdade ante a dificuldade na distinção entre fatos e versões.
São tensos, controversos e polarizados os momentos que estamos vivenciando nos horizontes local, nacional e internacional. A radicalização ameaça silenciar de vez as vozes ponderadas. A emoção incontida quer sujeitar a racionalidade. Neste momento, avulta a importância do jornalismo que apura bem as notícias e as edita igualmente bem, pois tal é a sua missão e é o que dele espera a sociedade à qual serve.
Porto Alegre, 1° de junho de 2018
Associação Riograndense de Imprensa – ARI
Diretoria Executiva e Conselho Deliberativo